Guantánamo, a promessa de Obama

Retrato oficial do Presidente Barack Obama na Sala Oval da Casa Branca, 6 de Dezembro de 2012, por Pete Souza

Os anos passam depressa e a memória do homem é curta, convém por isso lembrar que na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, existe há 15 anos uma infame prisão onde são enterrados vivos os suspeitos da guerra ao terrorismo. Trata-se de uma prisão onde os prisioneiros não têm direito a julgamento, onde se usam técnicas de controlo meticulosamente estudadas para destruir a vontade, para esvaziar de personalidade os encarcerados.

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Tortura da CIA

Mais uma vez não se trata de novidade nenhuma, o relatório do Comité do Senado dos EUA mais não faz do que confirmar o que já se sabia há muito, graças a fugas de informação como aquelas que nos deram a conhecer os afogamentos simulados ou as torturas de Abu Ghraib.

O relatório também confirma o que qualquer pessoa minimamente inteligente já sabia: a tortura não funciona. A pessoa torturada confessa todos os crimes, reais e inventados, assina todas as confissões. Ou seja a informação recolhida é de qualidade variável e, por isso, não é de confiança.

Se ao anterior somarmos a perda de autoridade moral associada ao uso de tortura, concluímos que só criminosos muito burros usariam tais técnicas.

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Acabou a guerra no Afeganistão

Aposto que não deram por ela!

A guerra vai acabando de mansinho, talvez para facilitar o retorno quando for mais conveniente.

Bases da NATO no Afeganistão passam para o exército do país Cache

  • Data: 2014-10-26 16:18
  • Fonte: Público
  • Autor: Redacção
Foi um “dia histórico” que assinala o início do fim da presença coligação internacional e da guerra contra os taliban. O desafio agora é de Cabul. Ao fim de treze anos, as bandeiras norte-americana e britânica foram arrumadas nas duas bases da coligação internacional da NATO no Afeganistão. A cerimónia assinala o fim iminente da missão, mas a retirada dos militares não vai ser feita de imediato. As duas bases militares no Sudoeste do país, Camp Leatherneck e Camp Bastion, passam agora para a administração afegã do Presidente recém-eleito, Ashraf Ghani.

Guantánamo está-me a matar

Prisioneiros em fatos de macaco laranja aguardam numa área temporária sob o olhar atento da polícia militar no campo “Raios-X” na Base Naval de Guantánamo, em Cuba, durante o processamento para o centro de detenção temporária em 11 de janeiro de 2002. Aos detidos vai ser dado um exame físico básico por um médico, que inclui uma radiografia do tórax e recolha de amostras de sangue para avaliar a sua saúde. Foto do DoD (departamento de defesa) pelo sub-oficial de primeira classe Shane T. McCoy, da Marinha dos EUA.

Os EUA mantém prisioneiros em Guantánamo, à margem de todas as leis, sem acusação e sem julgamento homens sem qualquer esperança (muitos deles capturados ainda menores). As notícias nos media normais sobre este caso em Portugal são mínimas (ao contrário do que aconteceu quando os criminosos combinavam a guerra de agressão).

A seguir ao corte pode ler o testemunho de Samir Naji al Hasan Moqbel, preso há 11 anos em condições desumanas (traduzido do New York Times).

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Hoje dá na net: Razões para a Guerra

Why we fight – um documentário excelente da BBC onde se dá uma ideia da enormidade que são as forças armadas americanas, ao mesmo tempo que mostra a sua perfeita inutilidade – tudo à custa dos cidadãos americanos e, claro, das vítimas desse gigantesco complexo industrial-militar. Página IMDB.

Legendado em português.

Hoje dá na net: Opium Brides

Opium Brides é uma reportagem sobre a troca de crianças por dinheiro, de abusos e de humilhação numa terra sem lei. Com a entrada do exército dos EUA no Afeganistão e com a consequente remoção do poder dos Taliban, a plantação de papoila e o tráfico de ópio floresceu, transformando o Afeganistão no maior produtor mundial. Numa terra paupérrima os agricultores são forçados a aceitar empréstimos dos traficantes de droga para poderem fazer as suas sementeiras. Se não pagam, por qualquer motivo, são obrigados a dar os próprios filhos em troca.

Esta reportagem cumpre outro propósito, dá um rosto aos habitantes do Afeganistão, coisa que só muito raramente vemos na nossa comunicação social.

Em inglês, sem legendas.

Soldados Americanos posam ao lado de cadáveres

Esta foto mostra o corpo de Gul Mudin, filho de um agricultor que foi morto em 15 de Janeiro de 2010. Um membro da denominada "kill team" posa atrás dele. Esta imagem faz parte de uma colecção de mais de 4000 que o Der Spiegel obteve

Está a rebentar outra história de abusos e desumanidades por parte de soldados nos palcos de guerra do Afeganistão.

Isto serve para lembrar que não existem guerras com honra.

 
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A guerra é um negócio sujo

A guerra não tem nada de nobre, romântico, limpo, ou honroso para aqueles que nela participam. Pode na melhor das hipóteses ser um mal necessário, mas nunca em circunstância alguma deixa de ser um mal. Ultimamente temos assistido a um branqueamento das guerras, não são mostradas atrocidades, muitas vezes nem se contam os mortos.

Assim, tendo em conta o que foi decidido na cimeira da NATO, é uma boa altura para recordar as palavras do Major-General Smedley Butler, USMC, num discurso proferido em 1933:

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