O Caso BPN

O DN apresentou na semana passada uma série de artigos ao longo de seis dias, onde com bastante detalhe, desenhou o caso BPN. São revelados os números, descritos os crimes, mostra-se, enfim, como o país foi roubado de 8300 milhões de euros, descreve o evento que precipitou o país para as mãos da Troika, que tão bem nos tem tratado e com resultados tão satisfatórios.

Leia a investigação do DN, depois do corte.


O Caso BPN é um pouco o retrato do próprio país a nível da corrupção e golpes dados pelos financeiros, põe a nu a forma como se cria riqueza para alguns, mostra como funcionam os compadrios, é um verdadeiro manual para malfeitores. Este caso faz também, de alguma forma, o retrato de todo o sector financeiro, com a diferença dos outros bancos terem tido um bocadinho mais cuidado a alavancarem-se – não deixam por isso de estar menos falidos.

O BPN é também muito útil para mostrar o nível de corrupção que existe no sector privado. Não é do conhecimento geral, mas o facto é que neste país é bastante comum pagar para se obter empréstimos, não directamente ao banco através do pagamento do juro fixado, mas sim pagando luvas a administradores e outras pessoas nas hierarquias dos bancos.

Tudo o que aqui escrevi e muito mais foi meticulosamente documentado pelo DN ao longo da semana passada. Fica aqui disponível, para referência futura “O Escândalo do Banco Português de Negócios“:

Para compreender um pouco a forma de pensar da nossa classe dominante, não deixe de ver o documentário “Os Donos de Portugal” – vai ver que em Portugal é desde há muito absolutamente normal estabelecerem-se o tipo de relações que permitiram que existisse o Caso BPN.

6 thoughts on “O Caso BPN

      • Eu vi o video há uma semana e pareceu-me esclarecedor. Até faltam uns camaradas que subitamente ascenderam a uma ignota qualidade milionária, mas isso virá “ó de cima”, como se usa dizer. Não estava a referir-me aos Champallimauds, Mellos, etc. Isso é a cortina de fumo engendrada para esconder o que agora mais nos interessa, aqueles que fazem parte do nosso passado recente, do presente e infelizmente, do futuro próximo.

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