Concordo com o Daniel Oliveira, apenas o montante que ele refere está errado.
Na realidade, dos 78 mil milhões do resgate a Portugal, mais de metade é destinado aos bancos.
No ponto 2.1 do Memorando da Troika, pode-se ler:
Manter a liquidez no sector bancário
2.1. Sujeito à aprovação ao abrigo das regras de concorrência da UE, as autoridades comprometem‐se a facilitar a emissão de obrigações bancárias garantidas pelo Estado até ao montante de 35 mil milhões de euros, incluindo o previsto no pacote existente de medidas de apoio.
No mesmo documento, no ponto 2.4, lê-se:
2.4. Na eventualidade dos bancos não conseguirem atingir atempadamente os novos requisitos de capital, a necessidade de assegurar níveis de capital mais elevados poderá temporariamente requerer a utilização de fundos públicos no aumento dos níveis de capital dos bancos privados. Para este efeito, as autoridades reforçarão o mecanismo de apoio à solvabilidade bancária, de acordo com as regras dos auxílios de Estado da UE, com recursos até ao montante de 12 mil milhões de euros disponibilizados ao abrigo do programa. Este mecanismo será concebido de forma a preservar, durante uma fase inicial, o controlo da gestão dos bancos pelos seus accionistas privados e a permitir‐lhes a opção de recompra da participação do Estado. Os bancos que beneficiem de injecções de capital serão sujeitos a regras e restrições específicas de gestão e a um processo de reestruturação, de acordo com os requisitos de concorrência e de auxílios de Estado da UE, que incentivem soluções baseadas no mercado.
Só aqui temos 47 mil milhões, não creio que neste montante esteja incluído o salvamento do BPN, que segundo algumas fontes já vai em 8300 milhões de euros.
O grande esforço que estamos a fazer, em termos de austeridade, desemprego e pobreza, não tem outro objectivo senão salvar os bancos corruptos e falidos.
Agora que passou mais de um ano do inicio da intervenção, digam-me se os bancos começaram a cumprir a sua missão? O crédito para as pequenas e médias empresas está mais fácil? Os bancos portugueses começam a investir em negócios produtivos para o país? – Claro que não! Os bancos continuam iguais a eles mesmos, sugando tudo quanto podem do pais que usam como hospedeiro.