O próximo rover da NASA, chamado informalmente Curiosidade, foi há poucos dias definitivamente fixo ao escudo térmico que o vai proteger na sua descida até Marte (nome formal Laboratório Cientifico de Marte). Com lançamento previsto para o fim do ano, espera-se que este rover atinja o solo marciano por alturas de Agosto, depois de uma viagem de oito meses e meio.
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Uma viagem desta natureza é sempre cheia de perigos e imprevistos. Parece pois que a NASA está a arriscar ao optar por usar um procedimento de aterragem de uma complexidade prodigiosa.
Esta complexidade é necessária porque o tamanho do rover assim o obriga, este vai ter um tamanho e massa várias vezes maior do que qualquer engenho que tenha atingido a superfície do planeta (cerca de 900kg com um volume comparável ao de um mini).
Assim para aterrar no planeta, começa-se por utilizar a atmosfera para a desaceleração inicial. Depois, faz uma entrada vertiginosa na atmosfera do planeta, a cerca de vinte e um mil quilómetros por hora. É nesta altura que o escudo térmico vai ser vital, protegendo o rover das altas temperaturas originadas pela fricção. Neste período a velocidade abranda até cerca de mil e seiscentos quilómetros por hora, o suficiente para se poder abrir o pára-quedas. A viagem suportada pelo pára-quedas vai cobrir a maior parte da atmosfera e abrandar ainda mais o conjunto. Mas não nos ficamos por aqui, a certa altura, quando a nave estiver abaixo da velocidade do som, uma carga explosiva faz ejectar o escudo de calor que momentos antes protegia o rover das temperaturas infernais que o rodeavam. Nesta altura, o radar de aterragem começam a procurar o solo. Quando chega a cerca de um quilómetro e meio de altura, a nave desembaraça-se do pára-quedas e da concha exterior, por uma fracção de segundo fica em queda livre, a cerca de trezentos quilómetros por hora. O motores de aterragem são ligados, abrandando ainda mais a queda. A cerca de vinte metros do solo, o rover será suavemente descido até à superfície, usando um sistema de guinchos.
Se tudo correr bem, o rover terá aterrado na Cratera Gale, com um erro máximo de vinte quilómetros, depois de uma viagem de cento e trinta milhões de quilómetros. Poderá então começar a sua missão! Espera-se que resista durante cerca de dois anos terrestres.
O video a seguir ilustra a viagem da nave desde a Terra até Marte.
É normal que se fale muito nesta missão porque a fonte de energia da nave vai ser um gerador termoeléctrico por radio isótopos.
Para saber mais, visite fantástico site da missão (em inglês).
Custo total, cerca de 2300 milhões de dólares dos Estados Unidos, ou seja, mais ou menos entre uma a duas semanas de guerra no Iraque.
Notavelmente prodigioso!
Vamos lá ver se algum Godinho marciano não pega na lata e a vende 🙂
Talvez com o custo de outras duas semanas de guerra se pudesse fazer algum bem à Humanidade. Já vimos que o problema não é a falta de dinheiro.
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